domingo, 1 de novembro de 2020

Sonda desenvolvida pela UFMG ganha prêmio e pode ser usada para tratar Covid-19


Uma sonda desenvolvida pela UFMG recebeu o prêmio Patente do Ano, concedido pela Associação Brasileira de Propriedade Intelectual (ABPI), nesta quinta-feira (22). A tecnologia desenvolvida pelo Laboratório de Bioengenharia pode auxiliar no tratamento de doenças respiratórias como a Covid-19 e oferece vantagem em relação aos modelos tradicionais. 

“Os profissionais enfrentavam um grande problema com as sondas tradicionais. Primeiro, eles não sabiam o quanto precisavam introduzi-la para alcançar uma posição correta na sucção da secreção. E, ao fazer isso, eles não tinham certeza sobre o pulmão em que ela havia entrado. Isso gerava um impasse, já que é preciso aspirar os pulmões várias vezes ao dia", diz o professor do departamento de Engenharia Mecânica Claysson Vimieiro. 

Diante dessa dificuldade, a ideia dos alunos foi criar uma sonda em formato "V", que pode aspirar secreções de um dos pulmões ou de ambos.  A tecnologia pode ajudar no tratamento de doenças como a Covid-19. "Quando criamos a tecnologia, o foco eram as várias doenças respiratórias, mas, em um contexto de pandemia, a aspiração eficiente pode tanto ajudar na cura dos pacientes, já que os pulmões estão entre os órgãos mais afetados pela doença, quanto na proteção dos profissionais da saúde, pois a técnica gera menos aerossóis, o que faz diminuir o risco de contaminação nos ambientes hospitalares”, diz Vimieiro. 

A tecnologia foi desenvolvida pelo Laboratório de Bioengenharia (Labbio), do Departamento de Engenharia Mecânica da UFMG. Os outros inventores são o professor Claysson Bruno Santos Vimieiro e os então doutorandos Shirley Lima Campos e Daniel Neves Rocha. Agora, o projeto busca por parcerias para que os aparelhos possam ser testados e desenvolvidos.

Fonte: https://www.otempo.com.br/cidades/sonda-desenvolvida-pela-ufmg-ganha-premio-e-pode-ser-usada-para-tratar-covid-19-1.2403664

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Cientista brasileira inventa ‘caneta’ que detecta câncer durante cirurgia

Uma cientista brasileira desenvolveu um pequeno equipamento, semelhante a uma caneta, capaz de detectar células tumorais em poucos segundos. Livia Schiavinato Eberlin explicou que a MacSpec Pen, como foi nomeada, tem como principal objetivo certificar, durante uma cirurgia oncológica, que todo o tecido tumoral foi removido do corpo do paciente. A ‘caneta’ é um avanço muito importante para a comunidade médica, especialmente na área da oncologia, pois deve revolucionar a forma de localizar uma lesão cancerosa no tecido saudável. “Muitas vezes o tecido é retirado e analisado por um patologista ainda durante a cirurgia para confirmar se todo o tumor está sendo retirado, mas esse processo leva de 30 a 40 minutos e, enquanto isso, o paciente fica lá, exposto à anestesia e a outros riscos cirúrgicos”, explicou Livia, que é chefe de pesquisa na Universidade do Texas, nos Estados Unidos, onde mora.

domingo, 15 de dezembro de 2019

Goodr - o aplicativo que evita o desperdício de alimento

Em nove anos, a ativista americana Jasmine Crowe servia comida aos sem-teto de Atlanta, no estado americano da Geórgia. Nesse meio tempo, percebeu que o combate à fome tem sido feito de maneira errada e que o problema não é uma questão de escassez de comida, e sim de logística. 

Ela resolveu então criar um aplicativo para ser uma solução. Em dois anos, a plataforma Goodr já conseguiu desviar do lixo mais de 900 mil quilos de comida e levá-los para quem mais precisa, com a participação de cerca de 200 empresas doadoras, incluindo redes de fast-food, aeroportos, estádios e até mesmo a Netflix.

"O aplicativo funciona como um reverso do Uber Eats", explicou. Um restaurante, por exemplo, registra seus produtos, suas vendas e suas doações, usando um serviço de entrega de motoristas locais para levar a comida a organizações da região. A Goodr cobra das empresas uma taxa com base nas entregas, que pode variar de US$ 10 por mês ou até US$ 75 por delivery. Em contrapartida, a tecnologia usa a movimentação de produtos para fazer relatórios de sustentabilidade que mostram às organizações o quanto elas estão ajudando com a ação. Assim essas empresas podem receber incentivos fiscais por colaborarem com causas beneficentes. 

"Com base nos dados, podemos dizer a um cliente: nas quartas, seus bagels estão sendo desperdiçados, você não precisa fazer tantos", disse. 



quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Um sorriso, uma esperança

“A gente não faz caridade, faz justiça social através da odontologia”. É dessa forma que Felipe Rossi define o trabalho desempenhado pela ONG Por1Sorriso, cuja missão é levar atendimento odontológico para comunidades carentes ao redor do mundo. O fundador da organização complementa a nobre missão da entidade com outra analogia: “a gente não faz dentes, faz sorrisos”. 
A ONG atua principalmente em comunidades extremamente carentes e com pouco acesso à assistência. Um exemplo é a ação feita no Xingu, no Mato Grosso, onde realizaram gratuitamente 723 procedimentos com uma equipe de 12 voluntários. Já passaram também pelo Vale do Jequitinhonha, no Norte de Minas Gerais. Além disso, a Por1Sorriso já estendeu as ações para fora do Brasil, com ações em Moçambique e no Quênia, países da África. 
A ideia para a criação do projeto surgiu após o fundador realizar uma viagem para Moçambique. Ele estava em uma ação voluntária da ONG Missão África e conta que voltou muito impactado com a experiência. “A gente viu a extrema necessidade de tudo, então eu quis fazer algo na minha área”, comenta ao BHAZ. 
 Além de oferecer serviços odontológicos, atualmente as ações também levam os serviços médicos às comunidades, através de uma equipe multidisciplinar. Felipe Rossi tem o desejo de fazer a Por1Sorriso crescer cada vez mais, mesmo no que ele acredita ser um momento difícil para a credibilidade das Organizações Não Governamentais. “Foi batido muito em cima das ONGs. Uma organização séria, como a nossa, acaba pagando o preço disso”, lamenta. 
O dentista acredita que o serviço odontológico é um mercado segregador, já que muitas pessoas que não têm acesso. “Tive o privilégio de estudar, agora quero devolver para a sociedade de alguma maneira. A gente não cuida de dente, cuidamos de gente”, declara. Felipe conta que um dos sinais da importância do atendimento odontológico foi a repercussão do projeto. “Recebi mais de 5 mil mensagens pedindo tratamento e ajuda”, revela.




sábado, 9 de novembro de 2019

Brasileira ganha prêmio por desenvolver filtro de água solar capaz de matar bactérias

A baiana Anna Luísa Beserra só tem 22 anos, mas já coleciona uma série de conquistas. Do reconhecimento em olimpíadas de física, biologia, astronomia até premiações ligadas à inovação. E principalmente pelo Aqualuz, um purificador de água que usa os raios solares para matar bactérias e torná-la potável. Graças à invenção, ela foi a primeira brasileira a vencer o prêmio da ONU voltado a jovens com propostas para o meio ambiente. A tecnologia de baixo custo já foi testada e está em fase de produto. Atualmente 53 famílias e cerca de 265 pessoas usam a solução.
A ideia do Aqualuz saiu do papel e trata-se de uma tecnologia criada para purificar água de cisternas (que armazenam a água de chuva). Ele é um reservatório criado com uma superfície de vidro que funciona acoplado à cisterna. A água armazenada nela é bombeada até o dispositivo e o processo de limpeza acontece automaticamente ao receber os raios solares. "Não usamos placas [que captam a energia do sol]. A passagem da luz do sol é direta na água. A combinação da radiação com o sistema de calor consegue matar as bactérias", explica Beserra. O Agualuz tem um indicador que avisa quando o processo termina. O morador pode então pegar a água com a ajuda de uma torneira integrada ao reservatório.
Agora que terminou a faculdade, Beserra se dedica em tempo integral à sua startup. Sua invenção está na décima versão e seu objetivo é que órgãos governamentais possam usá-la para ajudar os brasileiros que vivem em regiões de seca, principalmente no semiárido nordestino. "A gente pode mudar o mundo de várias formas. E a ciência e a tecnologia são algumas delas".



Fonte: https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2019/11/08/aqualuz-brasileira-cria-filtro-de-agua-sustentavel-e-vence-premio-da-onu.htm

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Vote consciente - Conheça os candidatos e suas propostas


O período que antecede as eleições neste ano está sendo marcado por um acirramento ideológico a níveis não perceptíveis nos pleitos anteriores.

A ideologia lança o combustível capaz de anular as potencialidades da inteligência humana, e, com isso, ofusca o discernimento e a serenidade necessários para que a democracia seja exercida de forma respeitosa e tolerante.

Não por outra razão, a história está repleta de inúmeros exemplos em que a ideologia foi usada como forma de manipulação da sociedade para se lograr êxito na implantação de um projeto de poder em benefício de poucos, muitas vezes dissociado dos fins e objetivos altruístas inicialmente anunciados.

A partir desse panorama, a melhor forma de exercer o direito ao voto é substituir a cegueira ideológica por atitudes simples, mas de grande proveito e eficácia, como pesquisar  a fundo sobre o candidato - a sua história, a sua postura, os seus valores, já que tais aspectos certamente influenciarão a sua atuação política ao longo do mandato.

Além disso, é imprescindível conhecer as propostas dos candidatos, a fim de verificar se são passíveis de serem executadas e concretizadas, e ainda se possuem o potencial transformador e desenvolvimentista, pautadas no saudável equilíbrio entre a preservação da liberdade individual e do interesse público.

Pensando nisso, em relação ao cargo de presidente, seguem abaixo os links dos programas de governo dos candidatos, em ordem alfabética, para análise. Por fim, um site com a síntese das principais propostas e o link do TSE de divulgação de candidaturas e contas eleitorais.

Álvaro Dias

Cabo Daciolo

Ciro Gomes

Eymael

Fernando Haddad

Geraldo Alckmin

Guilherme Boulos

Henrique Meirelles

Jair Bolsonaro

João Amoêdo

João Goulart Filho

Marina Silva

Vera Lúcia

Síntese das propostas:

Divulgação das candidaturas e contas eleitorais:

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Terapia inédita com robô ajuda jovens autistas





Criada em 2014, a associação Robots!, com sede em Nantes, no oeste da França, promove ateliês para ajudar as crianças autistas a se socializarem. Um desafio possível graças à utilização do robô NAO, um humanoide criado em 2007 pela empresa japonesa Softbank Robotics, pode ser programado para dançar, cantar, conversar e exprimir emoções.

O projeto que ajuda crianças autistas começou há quatro anos, fruto de um trabalho conjunto entre o Centro de Psicoterapia para crianças do hospital da cidade e da associação Robots!, que milita para democratizar o acesso à robótica e à inteligência artificial. Gaboriau conta com o know-how da especialista em robótica Sophie Sakka, da escola de engenharia de Nantes. 

No início, ela conta que os profissionais da área da saúde estavam reticentes em usar o robô para tratar a doença. Para a engenheira em robótica, seu desconhecimento da patologia era o principal empecilho para levar o projeto adiante. "Minha apreensão era em relação ao autismo. Eu não conhecia nada sobre essa condição. Já os profissionais tinham essa apreensão em relação ao robô. Começamos então a treiná-los. Foram dois dias de formação. Eles perceberam que NAO era acessível e até mesmo limitado. Não um todo-poderoso. Não estamos em um filme de ficção científica" explica. 

A primeira experiência, em 2014, envolveu seis adolescentes autistas, que foram apresentados a três robôs. No decorrer dos ateliês, eles aprenderam a programar o humanoide para que fizesse gestos ou identificasse palavras, contasse uma história e até mesmo gravasse a voz dos jovens. Um desafio para pacientes com autismo, doença que compromete a capacidade de comunicação e interação social. 

A associação propõe vinte sessões anuais, que duram um ano. Elas devem respeitar o anonimato das crianças, que não podem ser filmadas ou fotografadas. Nesse tempo, os adolescentes preparam um espetáculo de final de ano, o resultado de tudo que aprenderam no período. 

Um dos textos utilizados para essa demonstração é "Uma História para Quatro Vozes", do escritor Anthony Browne, sobre um cão perdido. O tema, diz, ajuda os jovens a expressarem suas emoções e encontrar soluções práticas para certos dilemas que se apresentam. 

Segundo o fonoaudiólogo, rapidamente, os jovens começaram a utilizar o robô para falarem deles mesmos, inventar uma outra vida, como se NAO fosse uma espécie de fantoche. “É um objeto lúdico, que gera confiança e com quem dá vontade de interagir”, explica Rénald Gaboriau. “Ele não questiona, não julga, mas, ao mesmo tempo, os adolescentes sabem que se trata de uma ferramenta”, declara. 

Para os pais das crianças, o progresso é evidente: elas se expressam mais e e melhor e estão mais confiantes. "Temos o retorno das famílias, das escolas, de todas as pessoas que convivem com os jovens. Temos um método de avaliação para ver como eles evoluem. Percebemos que, ao longo do tempo, eles conseguem construir algo juntos, que têm uma relação com a situação proposta, e que, aos poucos, acabam atribuindo intenções aos outros", conta. 

Antes fechadas em seu mundo, as crianças mudam e acabam se abrindo mais aos outros, afirma o representante da associação. "Em nossa experiência, os adolescentes também aceitam estar em um grupo, o que para eles às vezes é muito complicado em função da condição, mesmo fora da escola", diz. 

Para dar continuidade aos progressos, Rénald Gaboriau propõe aos pais dos pacientes um segundo ano de ateliê, onde os jovens podem criar suas próprias histórias em vez de apenas contá-las através do robô."É um exercício ainda mais complexo. Inventar uma narrativa, coerente, coesa, e que os outros precisam entender. Guiamos nesse caminho em direção ao outro." 

Diante do sucesso da terapia, o projeto cresceu, ganhou vida própria e hoje está desvinculado do hospital francês. Os jovens também ganharam mais confiança. Alguns deles, que devido ao problema não podiam ir à escola, criaram laços afetivos com seus companheiros de ateliês. Outros, diz o fonoaudiólogo, mostram uma verdadeira aptidão para a programação e devem seguir carreira na área.