quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Vote consciente - Conheça os candidatos e suas propostas


O período que antecede as eleições neste ano está sendo marcado por um acirramento ideológico a níveis não perceptíveis nos pleitos anteriores.

A ideologia lança o combustível capaz de anular as potencialidades da inteligência humana, e, com isso, ofusca o discernimento e a serenidade necessários para que a democracia seja exercida de forma respeitosa e tolerante.

Não por outra razão, a história está repleta de inúmeros exemplos em que a ideologia foi usada como forma de manipulação da sociedade para se lograr êxito na implantação de um projeto de poder em benefício de poucos, muitas vezes dissociado dos fins e objetivos altruístas inicialmente anunciados.

A partir desse panorama, a melhor forma de exercer o direito ao voto é substituir a cegueira ideológica por atitudes simples, mas de grande proveito e eficácia, como pesquisar  a fundo sobre o candidato - a sua história, a sua postura, os seus valores, já que tais aspectos certamente influenciarão a sua atuação política ao longo do mandato.

Além disso, é imprescindível conhecer as propostas dos candidatos, a fim de verificar se são passíveis de serem executadas e concretizadas, e ainda se possuem o potencial transformador e desenvolvimentista, pautadas no saudável equilíbrio entre a preservação da liberdade individual e do interesse público.

Pensando nisso, em relação ao cargo de presidente, seguem abaixo os links dos programas de governo dos candidatos, em ordem alfabética, para análise. Por fim, um site com a síntese das principais propostas e o link do TSE de divulgação de candidaturas e contas eleitorais.

Álvaro Dias

Cabo Daciolo

Ciro Gomes

Eymael

Fernando Haddad

Geraldo Alckmin

Guilherme Boulos

Henrique Meirelles

Jair Bolsonaro

João Amoêdo

João Goulart Filho

Marina Silva

Vera Lúcia

Síntese das propostas:

Divulgação das candidaturas e contas eleitorais:

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Terapia inédita com robô ajuda jovens autistas





Criada em 2014, a associação Robots!, com sede em Nantes, no oeste da França, promove ateliês para ajudar as crianças autistas a se socializarem. Um desafio possível graças à utilização do robô NAO, um humanoide criado em 2007 pela empresa japonesa Softbank Robotics, pode ser programado para dançar, cantar, conversar e exprimir emoções.

O projeto que ajuda crianças autistas começou há quatro anos, fruto de um trabalho conjunto entre o Centro de Psicoterapia para crianças do hospital da cidade e da associação Robots!, que milita para democratizar o acesso à robótica e à inteligência artificial. Gaboriau conta com o know-how da especialista em robótica Sophie Sakka, da escola de engenharia de Nantes. 

No início, ela conta que os profissionais da área da saúde estavam reticentes em usar o robô para tratar a doença. Para a engenheira em robótica, seu desconhecimento da patologia era o principal empecilho para levar o projeto adiante. "Minha apreensão era em relação ao autismo. Eu não conhecia nada sobre essa condição. Já os profissionais tinham essa apreensão em relação ao robô. Começamos então a treiná-los. Foram dois dias de formação. Eles perceberam que NAO era acessível e até mesmo limitado. Não um todo-poderoso. Não estamos em um filme de ficção científica" explica. 

A primeira experiência, em 2014, envolveu seis adolescentes autistas, que foram apresentados a três robôs. No decorrer dos ateliês, eles aprenderam a programar o humanoide para que fizesse gestos ou identificasse palavras, contasse uma história e até mesmo gravasse a voz dos jovens. Um desafio para pacientes com autismo, doença que compromete a capacidade de comunicação e interação social. 

A associação propõe vinte sessões anuais, que duram um ano. Elas devem respeitar o anonimato das crianças, que não podem ser filmadas ou fotografadas. Nesse tempo, os adolescentes preparam um espetáculo de final de ano, o resultado de tudo que aprenderam no período. 

Um dos textos utilizados para essa demonstração é "Uma História para Quatro Vozes", do escritor Anthony Browne, sobre um cão perdido. O tema, diz, ajuda os jovens a expressarem suas emoções e encontrar soluções práticas para certos dilemas que se apresentam. 

Segundo o fonoaudiólogo, rapidamente, os jovens começaram a utilizar o robô para falarem deles mesmos, inventar uma outra vida, como se NAO fosse uma espécie de fantoche. “É um objeto lúdico, que gera confiança e com quem dá vontade de interagir”, explica Rénald Gaboriau. “Ele não questiona, não julga, mas, ao mesmo tempo, os adolescentes sabem que se trata de uma ferramenta”, declara. 

Para os pais das crianças, o progresso é evidente: elas se expressam mais e e melhor e estão mais confiantes. "Temos o retorno das famílias, das escolas, de todas as pessoas que convivem com os jovens. Temos um método de avaliação para ver como eles evoluem. Percebemos que, ao longo do tempo, eles conseguem construir algo juntos, que têm uma relação com a situação proposta, e que, aos poucos, acabam atribuindo intenções aos outros", conta. 

Antes fechadas em seu mundo, as crianças mudam e acabam se abrindo mais aos outros, afirma o representante da associação. "Em nossa experiência, os adolescentes também aceitam estar em um grupo, o que para eles às vezes é muito complicado em função da condição, mesmo fora da escola", diz. 

Para dar continuidade aos progressos, Rénald Gaboriau propõe aos pais dos pacientes um segundo ano de ateliê, onde os jovens podem criar suas próprias histórias em vez de apenas contá-las através do robô."É um exercício ainda mais complexo. Inventar uma narrativa, coerente, coesa, e que os outros precisam entender. Guiamos nesse caminho em direção ao outro." 

Diante do sucesso da terapia, o projeto cresceu, ganhou vida própria e hoje está desvinculado do hospital francês. Os jovens também ganharam mais confiança. Alguns deles, que devido ao problema não podiam ir à escola, criaram laços afetivos com seus companheiros de ateliês. Outros, diz o fonoaudiólogo, mostram uma verdadeira aptidão para a programação e devem seguir carreira na área.